domingo, 25 de maio de 2014

Aprender

Aprender não é acumular certezas Nem estar fechado em respostas Aprender é incorporar a dúvida E estar aberto a múltiplos encontros Aprender não é dar por consumada uma busca Aprender não é ter aprendido Aprender não é nunca um verbo do passado Aprender não é um ato findo Aprender é um exercício constante de renovação Aprender é sentir-se humildemente sabedor de seus limites, mas com a coragem de não recuar diante dos desafios Aprender é debruçar-se com curiosidade sobre a realidade É reinventá-la com soltura dentro de si Aprender é conceder lugar a tudo e a todos E recriar o próprio espaço Aprender é reconhecer em si e nos outros o direito de ser dentro de inevitáveis repetições porque aprender é caminhar com seus pés um caminho já traçado É descobrir de repente uma pequena flor inesperada é aprender também novos rumos onde parecia morrer a esperança Aprender é construir e reconstruir pacientemente Uma obra que não será definitiva porque o humano é transitório Aprender não é conquistar nem apoderar-se mas peregrinar Aprender é estar sempre caminhando, não é reter mas comungar. Tem que ser um ato de amor para não ser um ato vazio. Paulo Freire

sexta-feira, 2 de maio de 2014

quarta-feira, 30 de abril de 2014

sexta-feira, 28 de março de 2014

O mal estar da aceleração na sociedade atual

Atualmente, estou desenvolvendo a dissertação de mestrado em Letras e Ciências, aglutinando neste estudo o campo da psicologia, da literatura e as novas construções que envolvem a criança a viver o mal estar da aceleração. Com a globalização e o rápido avanço da tecnologia, apresentamos hoje, como uma sociedade que cria constantemente novas necessidades, que ainda não haviam sido experimentadas, e que antes não figuravam dentro do que acharíamos indispensável. Este embriaguez de velocidade, cria abusos e distorções e desde a infância, dando origem  a uma dependência da qual não conseguimos nos desassociar. Estamos sempre exigindo e buscando essa sensações (experiências) mais contínuas em maior intensidade e frequência, mas ainda assim permanecendo insatisfeitos. 
Nossa civilização atual privilegia a capacidade de agir em busca de novas necessidades, que por sua vez estão em movimento incessante, gerando um estado de insatisfação permanente. 
Vivemos assim uma era de amigos virtuais, seres egoístas e individualistas, onde não há compromissos profundos, para que desta forma não nos seja difícil “abandonar” o que nos “atrapalha” e buscar o novo. Um processo contínuo, incessante e frenético de obter algo, para logo partir em busca de algo novo, em uma tentativa vã de preencher um espaço que a cada dia parece mais vazio. 

terça-feira, 25 de março de 2014

CRIANÇA COM LIMITES, ADULTO FELIZ!

Tem sido muito comum o número de famílias que apresentam dificuldades em conduzir a educação dos filhos e até mesmo de lidar com comportamentos difíceis relacionados à agressividade e rebeldia. Um reflexo disso tem sido a freqüência com que recebemos nos consultórios, pais com angústias evidentes apresentando discursos, como: “Não sei mais o que fazer!”, “Acho que meu filho tem algum transtorno!”, “Não é melhor dar um remedinho para ver se ele se acalma?”... E neste momento é de vital importância que sejamos prudentes como profissionais da saúde, fazendo uma avaliação cautelosa para não ficarmos impregnados pelo discurso apresentado por esses pais e patologizarmos o que simplesmente pode ser o que chamamos pelo senso comum como falta de limites.
Talvez para esses pais que realmente têm dificuldade em assumir seus “poderes”, nomear comportamentos inadequados como “transtorno”, seja uma forma consciente ou inconsciente de eximir-se de suas responsabilidades.
Educar um filho sempre foi um desafio, pois requer dos pais não apenas palavras e conselhos, mas também exemplos práticos de vida no dia a dia, pois como você pode exigir que seu filho se comporte de uma determinada maneira, se você que é o modelo age de forma contrária?
Educar requer tempo e afinco, porém atualmente parece que os pais não têm essa disponibilidade, uma vez que os casais costumam trabalhar o dia todo e delegam toda a responsabilidade a outros cuidadores, como creches, babás, tios e avós.
A falta de limites tem conseqüências negativas para a criança e para o seu desenvolvimento. Colocar limites não significa ser autoritário, mas sim ter autoridade. Pais permissivos simplesmente “empoderam” seus filhos e perdem as rédeas de situações que poderiam ser facilmente controladas. Quanto mais cedo os pais colocarem limites de forma afetiva e segura, menos problemas ocorrerão na adolescência, fase tão temida e conturbada onde os pais sentem-se muitas vezes impotentes, devido às contestações e questionamentos próprios e característicos da fase.
Quando os pais impõem limites a seu filho, estão ensinando-o a aceitar regras, tolerar frustrações e adiar satisfações, a se comportar na escola e na sociedade, despertando valores importantes, como respeito por si e pelo próximo. É importante que a criança aprenda a postergar, esperar e suportar um “não” eventual ou definitivo, pois só assim poderá conhecer seus direitos e exercer seus deveres.
Existem pais que consideram que dizer “não” para seu filho é um ato de desamor. Ledo engano, pois freqüentemente a própria criança de forma indireta, pede este “não” e na maioria das vezes significa: “Eu te amo. Você é importante para mim e por isso estou te dizendo “NÃO”.
Crianças precisam de regras claras, objetivas, coerentes, consistentes, colocadas com segurança e na hora certa, pois acredito ser esta a “receita básica” para que possamos colaborar para o desenvolvimento mental e emocional das crianças, que tanto necessitam de segurança, modelos, atenção e amor. Solange Matassoli

Consultório Equilíbrio Psi - www.equilibriopsi.com.br
Fonte: http://equilibrio-psi.blogspot.com.br/2012/09/crianca-com-limites-adulto-feliz.html

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Conhecendo o TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo

A cada dia o número de crianças com TOC vem aumentando, normalmente, aparece antes dos 25 anos e é caracterizado por sintomas obsessivos-compulsivos. O TOC é um transtorno mental incluído pelo Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV) da Associação Psiquiátrica Americana, nos chamados transtornos de ansiedade. Os sintomas do TOC envolvem alterações do pensamento (obsessões como dúvidas, preocupações excessivas com doenças, com falhas, pensamentos de conteúdo impróprio); do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, evitações, lentidão para realizar tarefas, indecisão), e emocionais (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão). Sua característica principal é a presença de obsessões e/ou compulsões ou rituais. Ainda não se sabe sobre as verdadeiras causas do TOC. Há alguns fatores que contribuem para o aparecimento dos sintomas que podem ser de ordem biológica e de ordem psicológica. Porém, fiquem tranquilos psicoterapicamente existe como minimizar e até superar.


Saiba mais lendo o Livro - Vencendo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O brincar na contemporaneidade

O brincar tendo como eixo as contribuições de Walter Benjamin em seus estudos sobre a infância e o brinquedo apresenta que as brincadeiras contemporâneas estão marcadas pela autonomização e o individualismo que acaba se refletindo em vias educacionais. Considerando que o brincar é um processo que produz subjetividades, observa-se que hoje as crianças encontram-se confrontadas com a crescente subtração deste espaço de criação. Efeitos desta posição podem ser evidenciados na psicoterapia, por exemplo, na qual as crianças manifestam dificuldades em relação a colocar em jogo a criação, revelando traços dos efeitos de transmissão que o social rege.
Precisamos ficar atentos, pois os games, jogos virtuais, não tem a mesma dimensão simbólica e os mesmos ganhos para o desenvolvimento infantil do que uma brincadeira com amigos, carrinhos ou bonecas. Porém podem até ser uma forma da criança falar deste universo que as cerca, de apropriar-se dele ao navegar nas vias eletrônicas, mas a automatização que rege os jogos virtuais apresenta efeitos do tecido social que se construiria em presença.